terça-feira, 11 de setembro de 2012

Falta D'Água


A escassez de água no Nordeste e a osmose reversa
É sabido que a escassez de água no semi-árido nordestino é um problema que exige uma resposta prioritária. Sua causa está baixa pluviosidade e irregularidade das chuvas da região e uma estrutura geológica que não permite acumular satisfatoriamente água no subsolo, o que interfere, até mesmo, no regime dos rios. Em virtude do solo, a água apresenta , na maioria das vezes, salinidade elevada – com teores de cloreto acima de 1.000 mg/L – o que a torna imprópria ao consumo humano*.
* A Organização Mundial de Saúde recomenda 250 mg/L de cloreto nas águas para o abastecimento das populações.
  Ações governamentais têm sido estabelecidas no sentido de priorizar o acesso à água, dentre elas o uso de dessalinizadores no sentido de melhorar a qualidade das águas de subsolo. Mas é preciso que sejam observadas algumas questões.
  O processo de retirada dos sais das águas é feito por osmose reversa (técnica que força a passagem da água através de uma membrana semipermeável no sentido inverso ao da osmose natural), em que uma água extremamente salinizada torna-se, praticamente uma água destilada. Este fato é muito importante, pois poderá influenciar, sobremaneira, no balanceamento de sais do organismo das pessoas.
  Em virtude das altas temperaturas da região, a população do campo transpira muito e, com isso, perde sais que devem ser repostos pela dieta – que, sabidamente é precária nessa região – e pela ingestão de líquidos – esta população esta acostumada a ingerir águas com teor de sal muito acima dos recomendados pela OMS.
  O que esperar a médio prazo com o consumo dessa água dessalinizada? Pode-se esperar que a população entre em um processo de desmineralização, tendo em vista as fontes de reposição desse elemento não apresentarem mais os teores que vinham suprindo a população anteriormente.
 
  O resultado é que um programa de fornecimento de “água de primeiro mundo” à população, com o uso de dessalinizadores (slogan amplamente divulgado pelos governos), poderá ser, futuramente, um vetor de desmineralização da população. Para corrigir esse problema é preciso que se pense em misturar águas isentas de sais com uma pequena parte de água mineralizada, garantindo assim, uma água com teores salinos adequados ao perfeito funcionamento do organismo humano.
  Ainda com relação à questão dos dessalinizadores, outro aspecto importante a ser mencionado é o destino que deverá ser dado ao rejeito do material resultante do processo de dessalinização das águas. Este material, extremamente rico em sais, atualmente é depositado em lagoas de decantação ou mesmo colocado ao ar livre sem maiores preocupações, constituindo-se em um grave problema ambiental para ser solucionado pelos pesquisadores.
  É provável que os caminhos a serem seguidos pelos pesquisadores, digam respeito ao aproveitamento desses sais para fins pecuários, visto ser a região semi-árida muito carente no aspecto de mineralização dos animais, de piscicultura, principalmente com Tilápias, que são espécies extremamente resistentes a ambientes salinos e de cultivo irrigado com plantas halófilas, a exemplo da Atriplex, que necessitam de águas com teores salinos elevados para se desenvolverem.

Adaptado de: SUASSUNA, J. Água Potável no Semi-árido: escassez anunciada.

Poluição


Poluição em ambiente interno pode ser mais grave que do ar externo
O que uma nave espacial, uma casa e uma empresa têm em comum? A resposta é a existência de várias substâncias voláteis químicas capazes de fazer com que o ar que se respira nesses ambientes seja até dez vezes mais poluído do que o ar externo. 
  Especialistas afirmam que nesses locais há uma forte concentração de elementos altamente poluentes, o que pode ser a causa de alergias e asma, entre outras patologias mais graves.
  O engenheiro ambiental Bill Wolverton, ex-pesquisador da Nasa, e autor do livro "Plants: how they contribute to human health and well-being" ("Plantas, como elas contribuem para a saúde e o bem-estar"), explica que, durante as missões da base espacial Skylab, mais de 100 tipos de substâncias poluidoras foram encontradas dentro das naves espaciais.

   Constatado o fato, cientistas e pesquisadores da Nasa mobilizaram-se para descobrir soluções para o controle do problema antes que as missões de longo prazo iniciassem. 
 
  A partir dessa descoberta, a U.S. Environmental Protection Agency (EPA - Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), vistoriou prédios públicos como escritórios, hospitais e creches, e neles identificou mais de 900 poluentes transportados pelo ar.

   O elemento prevalecente era o formaldeído (formol). Altamente tóxico, esse composto tido como cancerígeno é utilizado em vários materiais de construção e também em móveis, vidros, espelhos, roupas e até no papel higiênico. Além desse gás, as pesquisas revelaram a presença de benzeno, xileno e tricloroetileno, (componentes de tintas, monitores, tapeçarias, fotocopiadoras e cigarros), bem como do clorofórmio (encontrado na água potável), amoníaco, álcool e acetona (carpetes e cosméticos), todos nocivos à saúde.
Filtros naturais 
  Você que nunca valorizou aquela plantinha da sua mãe que ela insistia em cuidar e que muitas vezes quase morreu seca porque na ausência dela você deixou de regar... Saiba que elas são importantes filtros naturais contra a poluição!
 
Pesquisadores identificaram várias plantas de fácil cultivo em locais com pouca luz, cujos filtros naturais são capazes de neutralizar a poluição interna.

   Muitas espécies podem ser utilizadas para esse fim, como a dracena, a samambaia e a babosa, mas as mais eficientes entre as plantas são a palmeiras areca e ráfis, de baixo custo e muito conhecidas por suas qualidades ornamentais.

   Embora essas duas espécies se destaquem, o engenheiro americano esclarece que todas as plantas são capazes de remover poluentes transportados pelo ar. E isso ocorre porque "as folhas das plantas podem absorver certas substâncias químicas orgânicas, destruindo-as por meio de um processo chamado colapso metabólico, o que foi provado por um grupo de cientistas alemães que testou o formaldeído com o carbono-14, observando sua absorção e destruição metabólica dentro do clorófito (pigmentação verde)".

  "O formaldeído é metabolizado e convertido em ácidos orgânicos, açúcares e ácidos de amido: quando as plantas transpiram vapor de água por meio de suas folhas, elas puxam o ar para as raízes. Isso nutre os micróbios com oxigênio, que consomem as substâncias químicas tóxicas contidas no ar, que lhes servem como fonte de alimento e energia", esclarece.
Vasos de água





Dracena: eficaz contra formaldeído, xileno e tricloroetileno
Palmeira areca: assim como a ráfis, neutraliza a maioria dos agentes poluidores
   Para melhorar a qualidade do ar em casas e escritórios, Wolverton sugere a utilização do maior número de plantas que um determinado espaço permita.

   Ele recomenda que as plantas sejam cultivadas por meio da hidrocultura (hidroponia). O princípio básico da hidrocultura ou hidroponia é muito simples e bem conhecido: quem não conhece o método de se colocar uma batata-doce num recipiente com água e esperar pelo desenvolvimento das raízes e folhagem? Pois foi a partir deste princípio simples que se desenvolveu e aperfeiçoou o sistema de hidrocultura, passando-se a utilizar fertilizantes, argila expandida ou pedregulhos e recipientes especialmente desenvolvidos para este fim.
  Este método de cultivo apresenta algumas vantagens: é um sistema de cultivo bastante limpo e simples de ser conduzido; não dá muito trabalho com transplantes, as plantas quando adequadas a este sistema desenvolvem-se bem e livres de problemas com doenças ou insetos provenientes da terra.
 
O ideal, segundo o especialista, é ter uma planta para cada 9,29 m² quando cultivadas em hidrocultura, e duas no mesmo espaço, quando se utilizam vasos de terra.

 

Samambaia (Nephrolepis exaltata): umidifica o ar e neutraliza o formaldeído.


Como as pessoas que mais se ressentem com a poluição interna são as crianças, idosos, doentes ou indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos, Wolverton conta que países como o Japão já estão investindo em jardins ecológicos dentro dos hospitais para melhorar a qualidade do ar para pacientes e funcionários.

"Por precaução, somente plantas cultivadas por meio da hidrocultura devem ser utilizadas nos hospitais, por causa dos fungos e bactérias indesejáveis nesses ambientes".
Filodendro: eficaz contra formaldeído, benzeno e monóxido de carbono




 
Espada de São Jorge: pode ser usada no quarto porque libera oxigênio à noite

Adaptado do texto: “ Ex-pesquisador da Nasa ensina como se livrar da poluição em ambientes internos” por Cristina Almeida para UOL Ciência e Saúde.

Mais papo, Menos ação

 
MUITO SE FALA, POUCO TEM SIDO FEITO

Com a Rio+20, o Rio de Janeiro se torna a "capital verde" do mundo. Será possível? foto: M. Moscatelli
 

É bonito de ver como as pessoas estão se interessando mais pela preservação do Meio Ambiente. Não é pra menos: nunca a saúde do planeta esteve tão ruim. 

Embora a cidade do Rio de Janeiro tenha feito um esforço recente para se tornar a "capital verde" do mundo, não se pode dizer que é um modelo a ser adotado pelas outras capitais. O biólogo Mario Moscatelli fala sobre o assunto em seu último artigo - O limite da cidadania

A foto acima parece retratar um local preservado. Não é verdade. Confira a imagem completa da foto do mês de junho

Retorno

O JACARÉ DO PAPO AMARELO ESTÁ DE VOLTA

A espécie quase desapareceu, mas hoje encontra-se fora de perigo de extinção.
 

O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) é animal típico da América do Sul e vive cerca de cinquenta anos. Adulto mede em média entre 1,5 m e 2,5 m mas já foram capturados exemplares com mais de 3,9 m. 

O nome teve origem graças a fase do acasalamento, em que os animais costumam ficar com a área do papo amarelada. 

O jacaré-do-papo-amarelo já esteve ameaçado de extinção em virtude da poluição de seu habitat e da caça predatória para a retirada do couro e consumo da carne. Com a proibição da caça a espécie se recuperou e não faz mais parte da lista de animais ameaçados de extinção. O jacaré-do-papo amarelo, juntamente com os outros crocodilianos, se destaca entre os répteis por apresentar cuidados com a sua prole. 

Para ver mais do especial sobre a espécie, visite Jacaré-de-papo-amarelo "invade" centros urbanos

S.O.S

 
SOS MANGUES: FUTURO DO ECOSSISTEMA ESTÁ EM JOGO

Assista ao depoimento de Estevão Ciavatta sobre o novo código florestal. foto: M. Moscatelli
 

Mario Moscatelli, biólogo atuante na luta pela preservação dos monguezais brasileiros, está preocupado. O futuro do ecossistema será julgado e pode favorecer o interesse de uma minoria de cidadãos privilegiados. 

Os manguezais são ambientes sagrados porque são vitais para muitas espécies de animais, fornecendo alimentos também para as populações humanas. Nesses ecossistemas se alimentam e se reproduzem mamíferos, aves, peixes, moluscos e crustáceos. 

Sem os mangues, a diversidade de espécies nos mares brasileiros sofreriam uma enorme perda. Veja o vídeoMangue Faz a Diferença no novo artigo do biólogo Moscatelli em Bem-aventurado

Eventos em 2012

 
EVENTOS BIOLÓGICOS EM 2012

Programe-se para aproveitar os melhores congressos do ano. foto: M. Pozzana
 

Está disponível o calendário 2012. São eventos relevantes como o XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia – CBZ, Rio + 20, XIV Congresso Brasileiro de Ficologia e muitos outros. 

Você também pode contribuir cadastrando um evento, pois muitos congressos ainda estão sendo programados. 

Politica e Meio Ambiente

 
POLÍTICA E MEIO AMBIENTE

Fotos mostram irresponsabilidade ambiental no Rio. foto: Mario Moscatelli
 

O biólogo Mario Moscatelli mostra em seu relatório fotográfico do mês de novembro fotos impressionantes do descaso ambiental no Rio de Janeiro, cidade que brevemente será palco da Copa e das Olimpíadas... do descaso.